terça-feira, 29 de janeiro de 2008

UM INFERNO NO SERVIÇO PÚBLICO


Se
você é funcionário público, de qualquer
dos três poderes, de qualquer autarquia, fundação
ou de qualquer esfera da administração pública,
você conhece as dificuldades de exercer corretamente o seu
trabalho. Sempre encontramos: dificuldades gerenciais, dificuldades
salariais e dificuldades quanto às condições de
trabalho. Poucos se salvam dessa tríade perversa. Ainda
existe, em muitos setores, os chefes paraquedistas, que sendo alheios
ao serviço, sobrepõem-se a tudo e a todos munidos de
uma indicação de um político.





Porém
você ainda não chegou ao fundo do poço. Existem
ilhas de excelência no serviço público, mas
existe o seu reverso. O degrau mais baixo da escada. O último
deles. Esse é o caso dos funcionários públicos
que atuam na área de Saúde. Setor essencial, a vida é
um bem supremo, mais valioso que todos. Mas não queira
trabalhar com isso. Você encontrará aqui todas as
mazelas de todas as áreas do serviço público e
mais algumas. Todos os defeitos da politicagem e práticas do
pior tipo de patronato. Mão de obra precária,
interferência de ONGs e cooperativas. Terceirizações.
E tudo quanto é invenção do Diabo para roubar
aos trabalhadores salários, direitos e, até mesmo, a
dignidade e a auto-estima.]]

São trabalhadores menos remunerados, foram jogados no último degrau da escala do serviço público. E, assim sendo, é natural que o Brasil encontre um obstáculo considerável para encontrar o caminho de uma atenção pública de qualidade à população brasileira.

Uma verdadeira reforma no Sistema de Saúde não depende apenas de idéias que saem de cabeças de sanitaristas. Vem do equilíbrio entre a atenção ao cuidador e aos que recebem cuidados.

Idéias que ignoram isso, qualquer que seja a sua matriz, não podem ser consideradas benéficas e nem serão bem sucedidas.




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sábado, 19 de janeiro de 2008

Esquerda.Net - Economia Mundial à beira da recessão

O sono dos mercados está comprometido. Estão sofrendo distúrbios neurovegetativos. A economia americana não vai tão bem. Não vão bem também os exércitos americanos que invadiram o Iraque e o Afeganistão. Enfim, toda a ordem global que supunha um ciclo interminavelmente longo de cenários internacionais favoráveis está, agora, posta em questão. A matéria publicada no Esquerda.net de Portugal expõe uma apreciação bastante equilibrada deste momento.



Esquerda.Net - Economia Mundial à beira da recessão








Economia Mundial à beira da recessão versão para impressão






17-Jan-2008
Bolsas mundiais anunciam criseOs recentes resultados das principais bolsas mundiais revelam que a economia mundial pode estar a entrar num processo de recessão. A economia norte-americana – onde terá tido origem este problema global – apresenta indicadores preocupantes no consumo, no emprego e, sobretudo, no sector imobiliário. Em Portugal, a crise atinge os principais títulos em Bolsa, afecta milhares de famílias sobre-endividadas mas não impede o aumento das desigualdades sociais e as principescas remunerações auferidas pelos administradores de algumas empresas.

Os sinais vêm de todo o lado: os resultados das principais bolsas mundias revelam que a economia mundial está a entrar em recessão: desde o início do ano, o índice europeu DJ Stoxx 50 já perdeu 7%, o Ibex-35 (da Bolsa de Madrid) caíu quase 10%, o Dow Jones (Nova Iorque) desceu 7% e o Nikkei (Tóquio) foi penalizado em 12%. A evolução da economia norte-americana – aparentemente responsável por este problema global – revela um abrandamento do consumo, descida do emprego e, sobretudo, grande crise no sector imobiliário. Empresas como a Intel ou o Banco Citigroup apresentaram recentemente resultados muito negativos, tendo o banco atingido os piores resultados da sua história.


Alan Greenspan, ex-presidente do Banco Federal dos Estados Unidos, tinha admitido em Setembro a possibilidade de uma recessão mundial. No final do ano voltaria a alertar para essa possibilidade mas teve uma curiosa resposta de outro consagrado economista norte-americano: o prémio nobel Joseph Stiglitz considerou Greenspan um dos principais responsáveis por esta crise, que terá sido alimentada pela descida das taxas de juro para 1% nos EUA no início dos anos 90. Esse embaratecimento dos empréstimos alimentou a concessão massificada de crédito, em particular para aquisição de habitação, nascendo o subprime (concessão de crédito a clientes de baixo rendimento e alto risco), o que mais tarde se revelaria catastrófico.


Em Portugal verificou-se fenómeno semelhante, na segunda metade dos anos 90. Os juros baixos alimentaram uma desenfreada especulação imobiliária, com os bancos nacionais a financiarem a aquisição de primeiras e segundas habitações pelas famílias portuguesas, que hoje se vêm altamente endividadas e sem hipóteses de pagar as respectivas prestações. A banca, as imobiliárias e as construtoras beneficiaram das perdas da classe média, em Portugal e noutros países da Europa e do Mundo.


A Bolsa de Lisboa teve em 2008 o pior início de ano da sua história, com uma perda de 11,5% no índice PSI-20 em duas semanas. É o índice europeu mais penalizado este ano, perdendo mais de 4,2 milhões de euros. Das empresas que integram este índice, apenas a PT obteve alguns ganhos (valorizou 1,45% desde o início de 2008) mas há outras com perdas superiores a 20% (Altri, Galp, Sonae SPGS, Sonae Indústria e Sonaecom). No ano passado o índice PSI-20 tinha registado ganhos de 16%, já quase perdidos em apenas duas semanas.


quarta-feira, 16 de janeiro de 2008


MINAS GERAIS DE AÉCIO CUNHA:
-Prefeitura de Contagem descumpre acordo com médicos.
-Para quem sabe ler pingo é letra:
essa atitude reflete, em última análise, descaso com a saúde. Mas, para ser considerada imoral e ilegal, bastaria considerar apenas o descumprimento do que foi acertado. Isso se chama popularmente de "molecagem".

http://www.sinmedmg.org.br/w3/listaNoticiaCompleta.do.def?codigo=579

15/01/2008
Prefeitura de Contagem descumpre itens do acordo de 2007


Quase
um ano após a assinatura do acordo da campanha salarial de 2007 com o
Sindicato dos Médicos de Minas Gerais – Sinmed-MG, a Prefeitura de
Contagem ainda não cumpriu todos os itens do documento. Durante as
negociações, a Prefeitura disse que garantiria equipes completas nos
plantões, o abastecimento constante de materiais e equipamentos em
todas as unidades, prometeu estabelecer uma relação adequada do número
de médicos/pacientes para os atendimentos e condições mínimas de
segurança para servidores e usuários.


Mas nenhuma dessas promessas foi cumprida. O Plano de Cargos,
Carreira e Salários - PCCS ainda não passou das discussões, os médicos
da administração direta do Quadro Setorial de Saúde continuam sem
receber o pagamento proporcional ao salário base, as equipes de plantão
continuam descobertas, muitos locais de trabalho não apresentam
condições mínimas para o atendimento e as dificuldades para internações
e encaminhamentos ainda persistem.


Pelo cronograma estabelecido pela própria comissão de criação do
PCCS para os servidores da Fundação de Assistência Médica e de Urgência
de Contagem - Famuc, da qual o gestor faz parte, a proposta do
documento deveria estar pronta e entregue até setembro. Porém, a
Secretaria Municipal de Saúde interrompeu as reuniões durante a
paralisação de 19 dias do Sindi-Saúde, em maio, e não reiniciou os
trabalhos mesmo depois de muita insistência por parte dos servidores.
Para garantir que o acordo saia do papel e seja cumprido o mais rápido
possível, o Sinmed-MG protocolou, no dia 11 de janeiro, uma proposta de
PCCS na Prefeitura e aguarda resposta.


Aos médicos do Quadro Setorial de Saúde que recebiam menos de R$
2.015 foi concedida a equiparação ao novo salário base, mas os
profissionais que recebiam acima desse valor não tiveram seus
vencimentos reajustados proporcionalmente. O sindicato já realizou
algumas reuniões com a Secretaria de Saúde sem que fosse apresentado um
prazo para a resolução do caso, mas espera conseguir uma definição no
dia 22 de janeiro, quando a diretoria do Sinmed-MG vai se reunir
novamente com secretário de Saúde, Eduardo Penna.



O Sindicato dos Médicos de Minas Gerais convoca toda a categoria para Assembléia Geral Extraordinária


Data: 22 de janeiro de 2008, terça-feira
Horário: 19h
Local: Auditório do Hospital Municipal José Lucas Filho – Av. João César de Oliveira, 4.495.
Pauta: Deliberações quanto aos itens não cumpridos na campanha de 2007.
Elaboração da pauta de reivindicações da campanha de 2008.




Promessa de melhoria nas condições de trabalho ainda não foi atendida


Ainda no termo de acordo assinado em março de 2007, a Prefeitura diz
que o documento tem por objetivo “a valorização dos profissionais
médicos e a conseqüente melhoria das condições de atendimento da
população de Contagem no Sistema Único de Saúde”. A vontade de oferecer
condições dignas de atendimento é unânime entre a categoria e o
Sinmed-MG, mas infelizmente a Prefeitura não colocou em prática tudo o
que prometeu.


Diariamente usuários do SUS chegam às unidades e se deparam com
equipes incompletas, falta de materiais e medicamentos essenciais e
instalações físicas inadequadas. Por que tanta reclamação de falta de
médicos se a Prefeitura anunciou em informe publicitário a contratação
de mil médicos? Onde estão esses profissionais? Quantos médicos pediram
demissão nos últimos 12 meses e por quê? A categoria tem pressa em
receber essas respostas. Os questionamentos também se fazem presentes
entre os usuários que convivem com o problema e encontram na imprensa
uma forma de denunciar e pressionar o poder público para que soluções
sejam apresentadas.


Ao invés de notícias como “Sábado tumultuado no Pronto-Socorro” ou
“Precariedade na saúde pública”, publicadas pelo jornal O Tempo
Contagem do dia 11 de janeiro, o Sinmed-MG e toda a população esperavam
por melhores dias para a saúde de Contagem em 2008.



Médicos continuam na luta por melhores salários


Enquanto em Contagem o médico da Famuc ganha R$ 2.015 de vencimento
para a jornada de 20 horas semanais, recebe de R$ 3.241 a R$ 3.842 de
remuneração por 24 horas na urgência e salários de R$ 5.615 a R$ 6.400
no PSF, em Ribeirão das Neves a Prefeitura paga R$ 2.026 por 12 horas
de trabalho. Belo Horizonte passa, depois do acordo fechado com o
Sinmed-MG, a pagar em 2008 uma remuneração inicial, já dentro de um
PCCS, valores de R$ 3.003 a R$ 3.530 por 20 horas, de R$ 4.141 a R$
5.541 por plantões de 24 horas na urgência e de R$ 7.006 a R$ 8.016 no
PSF.


A categoria conseguiu alguns ganhos na campanha de 2007, mas poucos
se comparados com outras cidades. Ainda há um longo caminho a percorrer
para que os médicos de Contagem recebam a valorização que merecem.



Vistoria conclui que UAI Ressaca não oferece condições de atendimento


Mesmo depois de duas vistorias do Conselho Regional de Medicina à
UAI Ressaca, uma acompanhada pelo Sinmed-MG, as providências de
melhoria nas condições física e estrutural ainda não ocorreram.
No
primeiro relatório, o CRM constatou que a unidade mantém condições
físicas precárias com expressiva e constante falta de insumos, gerando
insegurança para o exercício profissional. Entre algumas das inúmeras
irregularidades, a sala de observação de adultos apresenta dimensões
insuficientes para abrigar o número de leitos nela instalados, onde
permanecem pacientes de ambos os sexos que utilizam um único banheiro.
O local destinado ao conforto médico é mal ventilado, mal conservado,
de iluminação precária e o forro apresenta rachaduras por onde penetram
morcegos e baratas, colocando em risco a saúde dos profissionais.


Em face desses e de outros tantos problemas, o CRM sugeriu a
imediata interdição da unidade e transferência para um local adequado e
que ofereça condições dignas para o atendimento dos usuários e para o
trabalho dos profissionais das diversas categorias. Mesmo depois de
muita insistência por parte das entidades médicas, a Prefeitura
continua sem apresentar uma proposta para resolver a questão.


O Sinmed-MG convoca todos os médicos da UAI Ressaca para
reunião no dia 22 de janeiro, terça-feira, às 18h, no auditório do
Hospital Municipal José Lucas Filho, quando serão discutidas as
condições de trabalho e atendimento da unidade.





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MUDANÇAS NO SINDICALISMO ALEMÃO

Os "sindicatôes" formados por ramos de atividade ou agrupando diferentes categorias profissionais que se ligam a um mesmo patrão (principalmente no setor público), sempre foram objeto de discussão. No Brasil, durante muitos anos, essa foi a orientação de algumas centrais sindicais e de algumas confederações.
Agora, na Alemanha, onde esse modelo prosperou no pós-guerra, ele é questionado pela mobilização de várias categorias profissionais, como maquinistas, pilotos de avião, controladores de vôo e médicos.


Surgimento de sindicatos pequenos e combativos reforma a velha estrutura sindical alemã, baseada em "sindicatões".
A notícia vem da France Presse.
http://afp.google.com/article/ALeqM5iiXGWYtEhF1v69VrjPIywbdbcn5Q

Vitória de condutores alemães estremece modelo sindical do pós-guerra
15-1-2008.

BERLIM (AFP) — Depois de 10 meses de greve, o pequeno sindicato dos maquinistas de trens alemães (GDL) conseguiu seu próprio acordo coletivo, separadamente dos outros ferroviários, estremecendo o modelo sindical da Alemanha do pós-guerra.

Os últimos detalhes serão negociados neste mês, mas o conflito com a companhia ferroviária Deutsche Bahn (DB) acabou na segunda-feira, descartando a ameaça de continuação da greve.

A maior parte dos analistas reconheceu a vitória do GDL, o mais antigo sindicato da Alemanha, que obriga a poderosa DB a aceitar negociações com condições específicas dos maquinistas, com aumentos salariais substanciais de 11% em um ano.

Para Holger Lengfel, professor de sociologia da Universidade de Hagen (oeste da Alemanha), esta greve marcará um momento histórico nas relações trabalhistas da Alemanha.

Ao obter seu próprio convênio coletivo, "os maquinistas derrubaram um pilar da política salarial alemã", ou seja, apenas um sindicato por empresa, já que (como nesse caso) os funcionários são maquinistas e demais trabalhadores da ferrovia.

Ao contrário do que acontece em outros países da Europa, os sindicatos alemães têm uma ampla base e funcionam segundo um consenso pelo qual os salários mais baixos aumentam mais do que os mais altos, explica Reinhard Selten, prêmio Nobel de Economia.

Daí vêm as críticas feitas ao GDL, por fragilizar a solidariedade entre os trabalhadores.

A Confederação de Sindicatos da Alemanha (DGB) criticou reiteradas vezes as reivindicações autonomistas do GDL e insistiu na unidade dos convênios coletivos.

Michael Sommer, presidente da DGB, evocou que este princípio de solidaridade foi imposto depois da Segunda Guerra Mundial para criar sindicatos amplos e poderosos. Seus predecessores, mais corporativistas, foram incapazes de se opor aos nazistas.

Este foi um elemento-chave da reconstrução e do "milagre econômico alemão", assegurando à patronal a previsibilidade dos custos trabalhistas e a paz social quando se concluía um convênio coletivo por empresa ou por setor.

Mas os maquinistas não são os primeiros a quebrar esta bela harmonia. Os pilotos de avião, no sindicato Cockpit, romperam as fileiras em 2001, seguidos pelos controladores aéreos em 2006 e pelos médicos da federação Marburger Bund.

Estes pequenos sindicatos são criados por profissionais que têm a impressão de não serem suficientemente reconhecidos ou mal remunerados, explica Lengfel.

Os grandes sindicatos como Verdi (serviços) e IG Metall (metalurgia e eletrotécnica) são "máquinas niveladoras de salários".

O fenômeno coincide com uma diminuição do número de afiliados das grandes centrais. O DGB, que reúne a Verdi e a IG Metall entre muitos sindicatos, perdeu 40% de seus membros entre 1991 e 2007.

A desregulamentação do mercado trabalhista nos últimos 15 anos tornou a luta sindical mais legítima. A patronal exige dos trabalhadores mais flexibilidade nos salários e na jornada trabalhista.

Para Lengfel esta evolução é irreversível e atingiram outras profissões.

"Os grandes sindicatos", afirma o jornal conservador Die Welt", "só poderão impedir a morte desse pilar essencial da economia alemã defendendo melhor os interesses dos diferentes grupos profissionais".
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